Gostaria de saber qual a necessidade energética da cidade de Luanda, é que na tua entrevista à revista Economia & Mercado (E&M) estimaste-a em 400 MW mas no teu mais recente artigo, "ENERGIA PARA TODOS EM 5 ANOS - UMA FALSA PROMESSA ELEITORAL", em que citas o ex governador de Luanda para área económica o valor avançado é de 700 MW.
Qual, em tua opinião, é o valor que mais se aproxima da realidade?
Resposta:
1 – Para situar alguns leitores vou descrever o parágrafo em relação a primeira observação: "A barragem hidroeléctrica de Capanda é a maior unidade de produção de electricidade existente actualmente no país, com 520 Megawatts (MW) de capacidade instalada. Capanda fornece energia eléctrica a Luanda, que recebe a maior parte da produção em cerca de 280MW contra os 400MW de potência necessária para alimentar a capital do Pais”.Fim de citação.
http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/07/entrevista-completa-revista-economia.html
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Note que eu faço referência aos 400MW como sendo a potência necessária, e não suficiente. Portanto, os 400MW representam a demanda energética da cidade de Luanda sobre o sistema de produção e distribuição de energia, as vezes também considerado como pico da carga ou demanda máxima. Esta demanda varia de acordo com a carga total connectada ao sistema eléctrico ou com o seu factor de carga.
A cidade de Luanda tem o seu fornecimento normal de energia, quando o seu consumo ou demanda situa-se abaixo da sua capacidade de produção ou distribuição disponível. Quando o sistema de produção e distribuição não é capaz ou suficiente para satisfazer a demanda da rede eléctrica, diz-se que existe um défict energético.
O défict energético obriga a EDEL ou a ENE a fazer restrições no fornecimento de energia a muitos consumidores. Isto normalmente acontece quando os niveis de produção de energia estão longe de satisfazer a carga eléctrica da cidade. A existência do déficit energético remete-nos a segunda observação contida no seguinte parágrafo:
“Luanda precisa de 700 megawatts (MW), de acordo com o ex-governador de Luanda para a área económica, Miguel Catraio, a exploração de energia até este ano era feita com um déficit de 47%, ou seja em Luanda, em média, está diariamente disponível, no período das 8 horas a meia-noite, 310 megawatts. A situação agrava-se a partir da meia-noite, período em que estão disponíveis apenas 247 megawatts, sendo que no resto do país a situação é pior” Fim de citação.
http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/08/energia-para-todos-em-5-anos-uma-falsa.html)
Como se pode observar, o Sr. Miguel Catraio fazia menção ao déficit de energia eléctrica, e considerava que para suprir esse déficit seria necessário fornecer a cidade cerca de 700MW.
http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/08/energia-para-todos-em-5-anos-uma-falsa.html)
Como se pode observar, o Sr. Miguel Catraio fazia menção ao déficit de energia eléctrica, e considerava que para suprir esse déficit seria necessário fornecer a cidade cerca de 700MW.
2 - Qual, em tua opinião, é o valor que mais se aproxima da realidade?
Para uma análise qualitativa precisaria de alguns dados estatísticos sobre o sistema de distribuição geral da cidade de Luanda, actuais niveis de consumo nas zonas periféricas, bairros sub-urbanos, novas centralidades e zonas habitacionais, sistemas de iluminação pública, zonas ou bairros sem rede de distribuição eléctrica e a demanda do sector industrial. Infelizmente, esses dados dificilmente estão disponíveis para o cidadão comum consultar.
Contudo, se olharmos para os programas de desenvolvimento urbano e industrial da cidade de Luanda, podemos facilmente concluir que 700MW de energia serão insuficientes para o fornecimento de energia qualitativa para o consumo doméstico, iluminação pública e zonas industriais. Lembre-se que Luanda já teve, segundo dados da EDEL estimados pela área de comercialização e distribuição, uma demanda energética na ordem dos 540MW em Abril de 2011 contra os 480MW disponiveis, representando neste caso um déficit de 60MW. Portanto, não estamos muito longe da cifra dos 700MW.
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