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Wednesday, 12 April 2017

E SE ANTES DE LAÚCA CONSTRUÍSSEMOS UMA INGULA?

E tudo começou por causa de uma discussão sobre os constantes cortes de energia eléctrica, devido ao enchimento da albufeira da barragem hidroeléctrica de Laúca. Durante a discussão defendíamos que esse problema podia ser minimizado se tivéssemos em Angola a Ingula.

O que é a Ingula? Ingula é o nome da Maior Central Hidroeléctrica de Armazenamento Bombeado Sul Africana, recentemente inaugurada pelo Presidente Jacob Zuma, para ajudar a resolver o problema da demanda energética excessiva durante os períodos de pico ou seja de maior consumo de energia eléctrica. 

A central de Ingula produz uma potência de 1.332 Megawatts (MW) e serve para injectar uma potência adicional a rede Sul-Africana durante o período de maior demanda energética. Construída desde 2005 com um orçamento de USD 3.5 biliões de dólares, a barragem de Ingula permite hoje a estabilidade do fornecimento de energia na região de Kwazulu-Natal e Free State.



E como é que uma Ingula iria ajudar-nos nesse momento? Ora bem, vamos então entender como funciona uma barragem hidroeléctrica de armazenamento bombeado.

Uma barragem de armazenamento bombeado tem dois reservatórios:

Reservatório superior - como uma barragem hidroeléctrica convencional, uma barreira cria o reservatório. A água neste reservatório passa pela barragem hidroeléctrica e gera a electricidade;

Reservatório inferior - a água que sai da barragem hidroeléctrica superior é armazenada em um reservatório inferior em vez de voltar para o rio;

Utilizando uma turbina reversível, a barragem pode bombear a água de volta para o reservatório superior. Isto é feito normalmente nos horários fora do pico energético ou seja no período de menor consumo de energia eléctrica. Em resumo, o segundo reservatório preenche o reservatório superior. Ao bombear a água de volta para o reservatório superior, a barragem tem mais água para gerar electricidade durante os horários de pico de forma cíclica.

Neste caso, a barragem consome energia eléctrica da linha de transmissão, durante o período de menos consumo energético, para encher a reservatório superior funcionando de forma reversível.



Um outro exemplo semelhante a Ingula é a central hidroeléctrica reversível de Bath Country - A maior central hidroeléctrica reversível do Mundo. Com uma potência total superior a 2.700 MW desde a sua modernização, Bath County mais uma vez se tornou na usina hidroeléctrica reversível mais potente do mundo. Durante quase 20 anos, a barragem hidroeléctrica reversível de Bath County, no estado da Virgínia, nos EUA, foi a maior usina de sua categoria ajudando a manter a resposta a demanda energética.



Mas como é que a barragem como a Ingula iria nos ajudar nesse momento se todas as barragens estão localizadas ao longo do mesmo rio – O rio Kwanza? Uma central hidroeléctrica reversível pode ser construída num ramal adjacente ao rio, onde a água é somente desviada para o enchimento dos dois reservatórios, sem impedimento ao fluxo normal do rio.

Se tivéssemos uma Ingula, teríamos a vantagem de utilizar a mesma para dar resposta a demanda energética actual, sem no entanto condicionar significativamente o enchimento da barragem de Laúca. Com uma Ingula podíamos usar a mesma água para produzir energia durante 10 horas sem prejudicar o enchimento da albufeira de Laúca.

A quantidade de água usada para gerar a energia podia de forma cíclica ser bombeada para o reservatório superior respondendo assim a próxima demanda energética.


Contudo, depois de Laúca. teremos a construção da barragem hidroeléctrica de Caculo-Cabaça. Será que também passaremos pelos mesmos problemas durante o enchimento da sua albufeira?  Espero que não… 

Continuamos a espera da nossa Ingula para dar resposta a demanda energética, que continua a aumentar com o desenvolvimento de Angola.

Hoje a África do Sul já conta com duas Barragens Hidroeléctrica de Armazenamento Bombeado - Ingula (1.332 MW) e Drakensberg (1.000 MW)



Compilado por:

Emméry Macedo
Eng. Electrotécnico - MIET
Angola Power Services

Ref: Eskom, SA

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Luanda, Viana, Angola
Consultoria e Prestação Serviços powered by Emméry Macedo - Engenheiro Eletrotécnico, BTECH, BEST CUM LAUDE, pela Durban University of Technology (DUT), Galardoado pelo Institute of Professional Engineering Technologists (IPET), Pos-Graduado em Gestão de Projectos pela Universidade de Liverpool; Bacharel em Ciências Matemáticas pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto de Angola, Professor de Matemática e Física pelo IMNE- Garcia Neto, Professor de Electrόnica de Potência da Universidade Metodista, membro do IET - Institution of Engineering and Technology MIET nº 91651226, membro da Ordem dos Engenheiros de Angola OEA nº 2924, com certificação em ETAP, SKM, HV Switching, SAEP, etc...

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