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Saturday, 3 November 2012

A primeira central termoeléctrica solar do mundo já trabalha 24 horas por dia - Gemasolar 19MW

As centrais solares apenas podem funcionar de dia e em dias de sol? Não. Na auto-estrada entre Sevilha e Córdoba, a central solar Gemasolar produz eletricidade de noite e nos dias nublados e de chuva.

Segundo a imprensa internacional, esta central utiliza uma tecnologia única no mundo: os painéis refletem os raios do sol em grande intensidade e a energia acumulada pelo sol permite produzir eletricidade mesmo quando o sol desaparece.


A central, que começou a operar em maio de 2011, tem 2.650 painéis solares, cada um com 120 metros quadrados, dispostos num círculo de 195 hectares. Estes painéis, ao reflectirem a luz do sol sobre a torre do complexo, transmite-lhe uma concentração de energia equivalente a 1.000 vezes a que recebemos em terra.

A energia é depois armazenada num enorme recipiente de sais dissolvidos, a uma temperatura superior a 550 graus. Depois, os sais produzem vapor e este aciona uma turbina, gerando eletricidade como uma central termoeléctrica solar clássica. Ou seja, o segredo está no armazenamento.




“É a primeira central solar do mundo que trabalha 24 horas por dia. À noite continuamos a produzir electricidade com a energia acumulada durante o dia”, explicou o director técnico da Torresol Energy, Santiago Arias. O investimento na central ultrapassou os €200 milhões.

Os resultados são interessantes: a central produz mais 60% de energia que uma central solar que não possui este sistema de armazenamento, podendo funcionar até 6.400 horas por ano. Uma central comum funciona entre 1.000 e 2.000 horas por ano.


A energia produzida pela central da Torresol Energy, que pertence ao grupo espanhol de engenharia Sener (60%) e ao fundo de energias renováveis de Masdar, Abu Dhabi (40%), permite alimentar 30 mil lares espanhóis, ou seja, cerca de 90 mil pessoas. Em 2011, a Espanha cobriu um terço da procura de eletricidade com as energias renováveis, sobretudo a eólica (16%). A energia solar, apesar de ter duplicado a quota, apenas representou 4% deste valor.

Veja o seguinte vídeo sobre a construção da central termoeléctrica solar:





Conferência Internacional sobre Energia - Melhor distribuição de energia eléctrica

O secretário de Estado da Energia anunciou, em Luanda, na Conferência Internacional sobre Energia, a reabilitação e modernização em breve de todas as redes de distribuição de electricidade das capitais provinciais.

O Executivo, disse Joaquim Ventura, prevê a interligação dos sistemas eléctricos Norte-Centro e Sul e a operacionalização do sistema Leste. O Executivo, referiu, elaborou um programa de execução de projectos estruturantes que prevê a operacionalização de 5.000 MW até ao ano de 2016, a electrificação de 82 sedes de municípios, de 271 sedes comunais e a reabilitação e modernização de todas as redes.

Devido à expansão do sector eléctrico, declarou, é preciso garantir que todas as instalações, após a entrada em funcionamento, sejam mantidas por técnicos habilitados que garantam a vida útil de equipamentos e instalações.

“Este desafio representa elevados investimentos, mas acima de tudo a importância de termos disponíveis técnicos habilitados a coordenar todas as empreitadas de forma a garantir o funcionamento das instalações a reabilitar ou a construir nos vários segmentos do sector eléctrico”, disse.

A intenção, acentuou, é ter um sector eléctrico com qualidade que ofereça segurança em padrões internacionais.

O país, recordou, está numa fase dinâmica de crescimento e aposta, cada vez mais, na diversificação da economia, que constitui um desafio para o sector da energia como factor de desenvolvimento. “Deve colocar-se mais a energia eléctrica disponível em quantidade e fiabilidade para permitir que outros sectores da actividade económica se desenvolvam”, referiu Joaquim Ventura.

O secretário de Estado pediu às Universidades e a todos os estabelecimentos de ensino que ajudem o Ministério da Energia e Águas na execução de projectos do Executivo. “Precisamos da criatividade e de ciência para formar técnicos que correspondam às exigências e padrões de qualidade requeridos pelo sector eléctrico e formação de especialistas que nos ajudem a depender menos da força de trabalho estrangeiro”, salientou. Joaquim Ventura referiu ser importante dominar o mercado internacional de petróleos para se obterem mais benefícios e acautelarem-se projectos que tenha em atenção a protecção de ecossistemas sensíveis e vulneráveis.

O vice-reitor da Universidade Católica de Angola reconheceu os esforços do Executivo de aumentar e melhorar o sector energético e afirmou que “a energia é dos critérios mais importantes para determinar o nível de desenvolvimento de qualquer país”.

Jerónimo Canhinga referiu a importância da realização da conferência como instrumento que vai ajudar e indicar caminhos mais fáceis para a melhoria do sector da energia. O coordenador do núcleo de energia da mesma Universidade, José de Oliveira, declarou que tem de haver mais investimentos no sector da Energia para resolver os problemas do sector.

Deve investir-se mais na produção, no transporte, na distribuição e na comercialização, disse.

A conferência, organizada pelo Centro de Estudos e Investigação Cientifica da Universidade Católica de Angola, tratou de temas relacionados com “o mercado internacional de petróleo”, “pré-sal angolano”, “aspectos ambientais da nova refinaria do Lobito” e “estudos de impacto para os parques eólicos”.



Tuesday, 23 October 2012

Fórum Mundial de Energia em Dubai, 22-24 Outubro de 2012


Decorre, desde segunda-feira (22), no Dubai, Emirados Árabes Unidos, o Fórum Mundial de Energia 2012. O evento é realizado pela primeira vez fora da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. A ONU designou 2012 como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos.

O encontro tem como objectivo discutir os sectores de energias sustentáveis que possam abastecer a economia internacional e ainda promover desenvolvimento social, de acordo com informações disponibilizadas pela organização do certame. Mohammed Bin Rashid Al-Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados, é o patrono do Fórum, que conta com mais de dois mil participantes, incluindo chefes de estado, ministros da área de Energia e executivos de indústrias.

Entre os principais nomes do evento estão Harold Hyunsuk Oh, presidente do Fórum Mundial de Energia; Leonid Bokhanovsky, secretário-geral do Fórum dos Países Exportadores de Gás; Majid H. Jafar, CEO da Crescent Petroleum; Eric P. Loewen, da General Eletric e ex-presidente da American Nuclear Society; e Alexander V. Bychkov, vice-director-geral e director de Energia Nuclear na Agência Internacional de Energia Atómica.
 
O fórum conta ainda com a participação de chefes das pastas de Energia ou Petróleo e Gás da Índia, Omã, Emirados, Indonésia, Iraque, Argélia, Catar, Irão, Tailândia, Guatemala, Jordânia, Iémen, Líbia, Madagáscar, México, Camarões e Moçambique. Os ministros participarão de mesas redondas sobre combustíveis fósseis, economia verde, energia alternativa, electricidade, eficiência energética e parcerias público-privadas.

No dia 23, o fórum promove um encontro paralelo voltado ao papel da mulher nas questões de energia e água e como estes factores afectam a sua qualidade de vida, além de abordar a importância da mulher no desenvolvimento sustentável.
Na cerimónia de abertura do Fórum, o presidente russo, Vladimir Putin, foi agraciado com o Prémio Global de Energia 2012, pela sua contribuição à política energética mundial.
 
No mesmo contexto, a premiação ambiental foi entregue ao presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak. Já a Ministra de Recursos do Petróleo da Nigéria, Diezani Alison-Madueke, ganhou o Prémio Mulher na Energia, enquanto a Federação Rede Inteligente Global recebeu o prémio pelas suas tecnologias inovadoras.
 

Sunday, 21 October 2012

ONDAS HARMÓNICAS - ORIGEM, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS


A qualidade da energia eléctrica é um dos temas mais abordados actualmente, fazendo parte do quotidiano das sociedades modernas. Consequentemente, começa-se a discutir a qualidade da energia fornecida pelas empresas distribuidoras aos consumidores. 

A qualidade de energia eléctrica tinha a ver, sobretudo, com a continuidade do fornecimento, visto que qualquer interrupção do serviço constituia um transtorno de carácter relevante.

 Exigia-se também, que as tensões e frequências fossem mantidas dentro de determinados limites considerados aceitáveis.

Foram adoptadas para os sistemas eléctricos dois tipos de frequências a nivel mundial: 50 e 60 Hertz. Estas frequências são normalmente chamadas de frequências  fundamentais. 

Portanto, as empresas productoras e distribuidoras de electricidade estão assim obrigadas a fornecer energia eléctrica aos consumidores com as frequências fundamentais. Essas frequências fundamentais apresentam um tipo de onda sinusoidal característica e que devem ser mantidas para garantir a qualidade no fornecimento de energia aos consumidores. 

Veja os seguintes vídeos de forma a revisar alguns aspectos sobre a geração de correntes e tensões alternadas e algumas formas de ondas.

Da corrente contínua à alternada:
Corrente alternada e formas de ondas:
Durante dezenas de anos a grande maioria dos receptores ligados às redes de energia eléctrica era preponderantemente constituído de cargas lineares. As cargas lineares são, por exemplo, resistências, inductâncias, condensadores, motores, onde as suas formas de onda de corrente e tensão são sempre sinusoidais (não deformadas), quando alimentadas por um sinal também sinusoidal. Por essa razão, sendo as tensões da alimentação sinusoidais, as correntes extraídas eram também sinusoidais e de mesma frequência, podendo apenas encontrar-se desfasadas relativamente à tensão. Veja abaixo um exemplo de onda sinusoidais para uma carga resistiva, onde a corrente encontra-se somente desfasada da tensão, não apresentando qualquer deformação.

Actualmente a realidade é muito diferente, as cargas ligadas aos sistemas eléctricos evoluíram. Hoje vários equipamentos electrónicos, com características não lineares são usados, extraindo correntes do sistema em forma de pulsos curtos, com isso acabam distorcendo as formas de onda de tensão e corrente, e dessa forma “poluindo” a rede eléctrica com harmónicas.


O que são ondas harmónicas?
Ondas harmónicas são ondas de frequências múltiplas inteiras da onda fundamental.  As harmónicas são classificadas em pares e ímpares, e definidas em função de suas sequências positiva, negativa e nula. Podemos observar na figura abaixo, ondas harmónicas ímpares de terceira, quinta, sétima e nona ordem. Contudo, existem igualmente harmónicas de ordem pares; segunda, quarta, sexta, etc.

Contudo, as ondas harmónicas são produzidas por cargas não-lineares, como computadores, reactores electrónicos, máquinas electrónicas, accionadores de motores de velocidade variável,  rectificadores, lâmpadas flourescentes, UPS, fotocopiadoras, micro-ondas, máquinas de soldadura, televisores, etc. Essas cargas não-lineares absorvem uma corrente com um tipo de onda diferente da tensão da fonte, e sobrepõem-se a onda fundamental produzindo uma onda destorcida e nociva ao sistema eléctrico como ilustra a onda total da figura acima.

Essas ondas harmónicas podem ser tanto de corrente como de tensão do sistema eléctrico. Portanto, existem deste modo ondas harmónicas de corrente e tensão. A figura abaixo mostra a influência da harmónica de quinta ordem sobre o sistema eléctrico.
A presença de harmónicas nos sistemas eléctricos resulta no aumento das perdas relacionadas com a distribuição e transformação de energia eléctrica, que podem provocar problemas de interferência em sistemas de comunicação e na degradação do funcionamento de significativa parte dos equipamentos ligados à rede.


As ondas harmónicas quando fluem na rede de distribuição diminuem a qualidade da energia eléctrica. A deformação das ondas pode resultar em inúmeros efeitos negativos no funcionamento dos equipamentos na rede eléctrica, tais como:
- Aparecimento de vibrações e ruído: Ferro-ressonância em transformadores e reactores, motores de indução ressonando com a compensação capacitiva, etc.
- Sobreaquecimento de núcleos ferromagnéticos: Aumento de perdas por histerese e correntes parasita em núcleos de motores, geradores, transformadores, reactores, relés, etc.

- Erro de medição de grandezas eléctricas: Medidores de energia com disco de indução, medidores de valor eficaz baseados no valor de pico ou valor médio, etc.

- Erro de actuação da protecção: Relés electromagnéticos accionando devido à contribuição das harmónicas, relés electrónicos e digitais com erro de calibração na presença de distorções, etc.

- Sobrecarga da rede de distribuição devido ao aumento do valor rms da corrente.

- Sobrecarga nos condutores neutros devido ao aumento cumulativo das harmónicas de terceira ordem criadas por cargas monofásicas.

- Sobrecargas, vibração e deterioração prematura de geradores, transformadores, motores, etc.

- Degradação dos bancos de capacitores do sistema de correcção do factor de potência.

- A Distorção da voltagem da fonte pode afectar as cargas sensíveis.

- Distorção e perturbações nas redes de telecomunicações.

- Distorção de ondas de corrente provocam accionamentos esporádicos que podem afectar ou parar as linhas de produção.

- Impacto económico devido a degradação e destruição prematura de equipamentos e sinais de telecomunicação. 


Quais são as harmónicas que devem ser medidas e eliminadas?  
As harmónicas mais frequentes nos sistemas de distribuição trifásicos são as ímpares. Normalmente, a amplitude das harmónicas aumenta a medida que a frequência aumenta. As harmónicas acima das 50 ordem são insignificantes e a sua medição não adiciona nenhum valor. Normalmente, fazem-se medições viáveis até as harmónicas de ordem 30.

As entidades productoras de energia fazem o monitoramento das harmónicas de ordem 3, 5, 7, 11 e 13. Sistemas de monitoramento modernos fazem a leitura e análise de harmónicas até a ordem 25.

Para mitigar e reduzir os efeitos das harmónicas, filtros activos e passivos são geralmente usados. Esses filtros limitam as harmónicas e distorções conforme o estabelecido por normas e padrões internacionais. Não deixe de ver o video no link abaixo sobre os filtros. 

Normas internacionais relativas ao consumo de energia eléctrica tais como IEEE 519, IEC 61000 e EN 50160, limitam o nível de distorção harmónica nas tensões com os quais os sistemas eléctricos podem operar e impõem que os novos equipamentos não “contaminem” as redes com harmónicas de corrente de amplitude superior a determinados valores. Dessa forma, evidencia-se a importância de resolver os problemas das harmónicas, tanto para os novos equipamentos quanto para os equipamentos já instalados. Nos links fornecidos abaixo vai também encontrar informação relacionada aos níveis e percentagens padronizadas para as redes de baixa (BT), média (MT) e alta tensão (AT) como mostra, por exemplo, o quadro a seguir:


A abordagem das ondas harmónicas nos sistemas eléctricos e extremamente importante e por isso parte integrante dos estudos de qualidade de energia e desenvolvimento de novos projectos de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica.

Sendo esse tema tão vasto e abordado detalhadamente em vários artigos e vídeos na internet, deixo aqui alguns links interessantes para a sua melhor apreciação. Deverá prestar particular atenção aos tipos de cargas geradoras de ondas harmónicas, filtros, corrente no neutro, factor K e o  limite estabelecido pelos padrões internacionais para as percentagem das distorções totais das diferentes ondas harmónicas:

1 - Qualidade de energia – Harmónicas:
2 - Impacto dos problemas da qualidade de energia em instalações eléctricas:

 Videos: 
1 - Definições de tensões e correntes harmónicas:
2 - Classificações e efeitos das harmónicas:
3 - Harmónicas em Transformador:
4 - Efeitos sobre motores eléctricos
5 - Filtro Activo para correcção de Distorções Harmónicas

 
Compilado por:
Emméry Macedo

Tuesday, 16 October 2012

Protecção contra incêndios eléctricos - Um incêndio de grandes proporções, no supermercado Alimenta Angola.

Nas primeiras horas do dia começaram a circular na rede social fotos sobre um incêndio de grandes proporcões, no supermercado Alimenta Angola, causado por um suposto curto-circuito. De repente a notícia fez manchete nos principais meios de informação - Incêndio destrói supermercado "Alimenta Angola" em Viana. Disse para mim mesmo ao ver a foto em anexo partilhada por Gilberto Sebastião no Facebook: “ Mais um incêndio eléctrico!?…”
Esse facto me trouxe a memória o incêndio dos armazéns da Macambira, Incêndio na Ilha de Luanda que afectou mais de 10 residências,etc.. devastados pela mesma suposta causa: O Curto-circuito.

Como professional do sector eléctrico, sinto-me decepcionado por não podermos fazer nada que podesse mitigar essa onda de acontecimentos. Do ponto de vista electrotécnico, existem normas e padrões a seguir de maneira a evitar ou prevenir que tais tragédias aconteçam regularmente na nossa sociedade. Por isso, resolvi escrever algumas linhas sobre a proteção contra incêndios eléctricos. 

Os profissionais de electrotecnia em Angola, por várias vezes questinaram-se sobre as normas e padrões a adoptar para as instalações eléctricas. A não publicação de um código eléctrico nacional, tem permitido que as empresas executem as obras conforme a sua conveniência ou experiência e muitas vezes contra o que é regulamentado pelas instituicões normativas de renome internacional como, IEC, IEEE, BS, NEC (NFPA 70), SABS, etc…  

É sabido que Angola herdou, do regime colonial Português, um sistema de instalações eléctricas que obedeciam a normas que hoje, em alguns casos, já encontram-se desajustadas a realidade tecnológica mundial. Portugal hoje é obrigado a seguir orientações normativas impostas pela União Europeia. Contudo, a grande questão presiste: Quais são as normas adoptadas por Angola para as instalações eléctricas nacionais? Caso existam, onde podem ser obtidas ou consultadas? 

A “inexistência” de uma entidade reguladora por muitos anos, deu origem a uma salada russa do sector eléctrico Angolano conforme descrito no meu artigo – A salada russa do sector eléctrico Angolano - http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/03/salada-russa-do-sector-electrico.html

Precisamos urgentemente de estabelecer uma norma reguladora do sector eléctrico antes que seja tarde. Angola importa quase tudo de que necessita para o sector eléctrico; desde cabos, tomadas, disjuntores, motores, geradores, turbinas, etc... Contudo, urge a necessidade de se regulamentar essas importações, incluindo aquelas feitas por instituições públicas. Não podemos continuar a assistir e aceitar que equipamentos inadequados ao nosso sistema eléctrico continuem a entrar no País sem o mínimo de fiscalização.  Vendem-se , por exemplo, equipamentos meramente concebidos para o mercado Sul-Africano, Chinês, etc forçando os compradores a efectuarem modificações para conectarem os mesmos a rede doméstica Angolana. Essas modificações, tem resultado em incidentes que poderiam ser evitados se a entrada de tais equipamentos fosse banida.

Alguns geradores eléctricos concebidos para outros mercados, cuja frequência nominal é de 60Hz, também são vendidos em Angola; Extensões eléctricas concebidas para o mercado Americano também facilmente se encontram a venda. Hoje em dia, facilmente vê-se o famoso chuveiro eléctrico brasileiro a venda. Quem autorizou a comercialização desse produto no mercado Angolano? Quem fiscaliza ou regulamenta os procedimentos para a sua instalação? Enfim, n+1 perguntas poderiam ser feitas a esse respeito.

Do exposto acima, facilmente pode-se aferir que estamos a criar situações para que acidentes que resultem em incêndios por falhas eléctricas ocorram.

Como podemos proteger uma instalação contra incêndios electricos? 

É importante reconhecer o facto de que toda sobrecarga eléctrica tem um grande potencial de causar acidentes e princípios de incêndio. 

As áreas onde existirem instalações ou equipamentos eléctricos devem, segundo algumas normas internacionais, obedecer o seguinte: 

1 - Ser dotadas de protecção contra incêndio e explosão.  Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações eléctricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto a sua conformidade com as normas adotadas. 

2 - Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de protecção específica e dispositivos de descarga eléctrica. 

3 - Nas instalações eléctricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. 

4 - Os serviços em instalações eléctricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com licença  formalizada e por profissionais certificados. 

5 - Os componentes eléctricos não devem apresentar perigo de incêndio para os materiais vizinhos, devendo ser observadas instruções do fabricante. 

6 - Os componentes fixos cujas superfícies externas possam atingir temperatura que venham causar perigo de incêndio a materiais adjacentes devem: 
a)    Ser montados sobre materiais ou contidos no interior de materiais que suportem tais temperatura.
b)    Ser separados dos elementos da construção dos edifícios por materiais que suportem tais temperaturas.
c)    Ser montados de modo a permitir a dissipação segura do calor, a uma distância segura de qualquer material em que tais temperaturas possam ter efeitos térmicos prejudiciais.
d)    Ser dotados de um mecanismo ou equipamento que permita a refrigeração ou arrefecimento contínuo, mantendo-o assim a funcionar dentro dos padrões de temperatura aceitaveis. 

7 - Os componentes instalados de modo permanente que em serviço normal possam emitir arcos ou fagulhas devem: 
a)    Ser totalmente envolvido por material resistente a arcos.
b)    Ser separado, por materiais resistentes a arcos, de elementos da construção dos edifícios ou extrutura nos quais os arcos possam ter efeitos, etc. 

Contudo, a obediência as normas e padrões  permitem que as instalações sejam desenhadas e construidas de forma a prevenir acidentes eléctricos. Porem, mesmo quando uma instalação é concebida conforme as normas, deve-se sempre ter em conta a sua manutênção devido a degradação dos components eléctricos. Isso evita que certos incidentes, resutando em incêndios catastróficos acontecam.

Em alguns países, o uso de dispositivos de proteção contra curto-circuito e incêndios é obrigatório para as instalações domésticas , comerciais e industriais.

Os dispositivos mais usados para a protecção e prevenção contra incêndios são:  

1 - Os Dispositivos de Protecção Contra Correntes Residuais também conhecidos como Dispositivos DR ou apenas DR, oferecem proteção pessoal contra choques elétricos perigosos causado pelo contacto directo ou indirecto com a rede eléctrica. Eles também são utilizados para proteção de equipamentos e inicio de incêndio. Aplicações especias requerem soluções especiais, como por exemplo proteção contra incêndios ou onde o mesmo é instalado em ambientes agressivos. Existem Dispositivos DR com correntes residuais de 30 e 300 mA fabricados para a proteção contra a ocorrência de incêndio por arco eléctrico. Existem também dispositivos com correntes residuais de 500 mA, concebidos especialmente para a proteção contra incêndio
Este tipo de protecção diferencial, além de diminuir significativamente a possibilidade de choques eléctricos em seres vivos, também se mostra bastante eficiente contra a possibilidade de curto-circuito de alta impedância (baixo valor de corrente) que gera uma falsa sobrecarga e, em algumas situações, inclusive o estabelecimento de arco à terra, o que pode ocasionar incêndio na instalação. 

Em Angola, grande parte das instalações em baixa tensão não são concebidas com este tipo de protecção diferencial e em alguns casos o aterramente é inexistente. 

Se num circuito for instalado um disjuntor termomagnético com maior valor nominal que o requerido para a sua protecção, em caso de uma falha por arco ou curto-circuito de alta impedância (baixo valor de corrente), o mesmo pode não ser accionado. Isso permitirá uma deteriorização dos componentes eléctricos do circuito, inclusive o isolamento dos cabos eléctricos, o que resulta as vezes em danos significativos dos equipamentos ou em incêndios eléctricos.  

2 - A fim de proteger a sua casa ou instalações comerciais contra incêndios, um interruptor de circuito contra falhas de arco – AFCI (AFCI sigla em inglês – Arc fault circuit interrupter) pode ser usado para detectar este problema. 

O que é um AFCI? É um disjuntor concebido para interromper o circuito em caso de falhas de arco eléctrico. 

Como funciona um AFCI? Um disjuntor convencional responde somente a falhas por sobrecargas ou curto-circuito. Portanto, não protege contra condições que produzem um fluxo aleatório da corrente. Um AFCI é selectivo de tal forma que um arco normal não é capaz de o acionar. 

Um circuito sensível interno é usado para monitorar continuamente o fluxo de corrente. Uma vez detectada um fluxo anormal da condição do arco, o circuito interno aciona e dispara o disjuntor desligando desta forma o circuito e, reduzindo de igual modo a probabilidade de ocorrência de um incêndio. 

Um AFCI não pode ser acionado durante condições de arcos normais, que podem ocontecer quando desligamos um interruptor ou puxando uma ficha da tomoda. 

Actualmente os AFCI são concebidos como um disjuntor convencional combinando sistemas de protecção tradicional de sobrecarga e curto-circuito. 

Alguns desenhadores, combinam protecção GFCI/RCD ou seja o Dispositivo DR e AFCI. GFCI – sigla em inglês para Ground Fault Circuit Interrupter (Interruptor de circuito contra corrente de fugas para terra). 

Um disjuntor do tipo AFCI tem um duplo propósito: Protecção contra falhas de arco evitando incêndios e protecção tradicional de sobrecarga e curto-circuito. 

Não se pode confundir um AFCI com um GFCI. GFCI é concebido para a protecção pessoal contra choques eléctricos, enquanto que um AFCI protege contra incêndios causados por falhas de arco. 

Um GFCI também pode proteger contra incêndios eléctricos detectando arcos ou outras falhas à terra, mas não podem detectar falhas de arco entre fases que podem causar incêndios eléctricos. 


3 - Sistema de monitoramento contra arco eléctrico.

Todo sistema para protecção eléctrica deve seguir algumas premissas: 
a)    A protecção sempre deve actuar com a finalidade de interromper uma falta capaz de causar danos à segurança e saúde dos profissionais e à integridade dos equipamentos;
b)    A protecção deve ser rápida, selectiva e isolar o ponto de falha, garantindo a continuidade operacional com segurança.
O sistema de monitoramento contra arco eléctrico, configurado para luz e corrente, verifica os valores instantâneos de nível de iluminância no interior do painel (que pode ser configurado de 100 a milhares de lux), e os valores instantâneos de corrente eléctrica para o caso de curto-circuitos.

Este sistema tem actuação 10 vezes mais rápida que um relé multifuncional (2,5 ms em média), protecção dedicada ao monitoramento do arco elétrico, baseada em luz e corrente, actua directa na bobina de abertura do disjuntor, e o meio utilizado para transmissão de dados (fibra óptica) é imune a interferências eletromagnéticas, também chamado de optolink.

4 - A inspecção termográfica (Termografia) é uma técnica não destrutiva que utiliza os raios infravermelhos, para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais de distribuição de temperatura, com o objectivo de propiciar informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo. Em qualquer dos sistemas de manutenção considerados, a termografia se apresenta como uma técnica de inspecção extremamente útil, uma vez que permite: realizar medições sem contacto físico com a instalação (segurança); verificar equipamentos em pleno funcionamento (sem interferência na produção); e inspeccionar grandes superfícies em pouco tempo (alto rendimento). O principal objectivo é prevenir falhas e prolongar a eficiência operacional dos sistemas, redução de custos com paragens desprogramadas, excesso de perdas no sistema elétrico e mecânico, bem como prevenir acidentes e incêndios. Saiba mais sobre termografia acedendo ao seguinte link: http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/11/termografia-uma-tecnica-de-manutencao.html

Portanto, contacte sempre um eletricista especializado e assegure-se que de facto o dispositivo de protecção instalado satisfaz as suas necessidades.

Compilado por:
Emméry Macedo
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Consultoria e Prestação Serviços powered by Emméry Macedo - Engenheiro Eletrotécnico, BTECH, BEST CUM LAUDE, pela Durban University of Technology (DUT), Galardoado pelo Institute of Professional Engineering Technologists (IPET), Pos-Graduado em Gestão de Projectos pela Universidade de Liverpool; Bacharel em Ciências Matemáticas pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto de Angola, Professor de Matemática e Física pelo IMNE- Garcia Neto, Professor de Electrόnica de Potência da Universidade Metodista, membro do IET - Institution of Engineering and Technology MIET nº 91651226, membro da Ordem dos Engenheiros de Angola OEA nº 2924, com certificação em ETAP, SKM, HV Switching, SAEP, etc...

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