A central hidroeléctrica de Capanda, que registou níveis muito abaixo da sua capacidade, devido à diminuição do caudal do rio Kwanza, no ano passado, está neste momento a produzir 480 megawatts, dos quais 58 a 65 por cento fornece à província de Luanda, e o restante para o Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Malange e Uíge.
Durante uma visita à central hidroeléctrica de Capanda efectuada por um grupo de jornalistas, no fim-de-semana, a convite do Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK), o chefe interino da Repartição de Operações, Alfredo Imperial, disse que a produção pode atingir a capacidade máxima de 520 megawatts, tendo em conta a quantidade de água corrente e o nível da albufeira. Mas, explicou, a afluência da água atinge em média 1.248 metros cúbicos por segundo, e o nível da albufeira ou do reservatório 93 por cento da capacidade total, correspondente a 950 metros cúbicos. Alfredo Imperial disse que por essa razão é necessário fazer-se o controlo do nível da albufeira para a segurança da própria barragem e para evitar inundações nas localidades que ficam à jusante do empreendimento, bem como o controlo do fluxo de água que é enviado para a Central Hidroeléctrica de Cambambe. “Em função da quantidade de água registada, fazemos os devidos ajustes nas comportas, abrindo ou fechando mais, dependendo do volume que estiver a chegar ao reservatório que tem uma capacidade de 4.6 milhões metros cúbicos”, esclareceu.
Regresso à normalidade
Eurico Ferreira, director geral da GAMEK, garantiu estarem ultrapassados os constrangimentos que resultaram na redução dos níveis de produção de energia na Barragem Hidroeléctrica de Capanda no ano passado. Segundo Eurico Ferreira, além da subida do nível do caudal do Rio Kwanza, que tem permitido o normal funcionamento dos quatro grupos geradores existentes, fez-se a substituição de equipamentos e obras de reabilitação na barragem, tendo sido gastos 10 milhões de dólares. Tendo em conta a despesa, disse haver actualmente maior rigor na manutenção dos equipamentos e da estrutura da barragem, que não tem fissuras, conforme tem sido especulado.
O chefe da Repartição de Manutenção, Moisés Jaime, informou que a revisão geral de cada grupo gerador é feita depois de 32 mil horas de funcionamento, que corresponde a quatro anos. Nesta altura o funcionamento fica suspenso durante três anos. De igual modo, faz-se anualmente a manutenção desses mesmos equipamentos, ficando o seu funcionamento suspenso por um período de 15 a 20 dias.
Manutenção necessária
Moisés Jaime explicou que a manutenção de cada grupo gerador é programada e coordenada com o Centro de Operação do Sistema Norte tutelado pela ENE, para evitar a paragem simultânea dos equipamentos. Durante o período em que decorrem os trabalhos de manutenção há uma redução de 100 megawatts da produção total. Durante a visita, os jornalistas visitaram as galerias onde se encontram instrumentos como o dreno, para medição das águas infiltradas, o sismógrafo, para o registo de actividades sísmicas no país e a nível mundial, e o pêndulo para a medição do nível de inclinação da barragem.
Pelo facto de todas as medições estarem de acordo com os padrões estabelecidos pelos projectistas na barragem, o chefe de Repartição de Auscultação e Manutenção Civil, Saldanha Alves, afirma que a estrutura está segura.
Na Central Hidroeléctrica de Capanda há ainda uma sala com aparelhos de alerta automático para prevenção de incêndios e um laboratório de análise da água e dos óleos lubrificantes usados nos equipamentos, que são na sua maioria de origem russa. Mas, o manuseamento desses equipamentos é feito por quadros nacionais, que são um total de 299, com assessoria de cinco especialistas russos.
Fonte: Jornal de Angola
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