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Friday, 15 March 2013

É seguro ligar vários aparelhos na mesma tomada?


Gostaria de saber se existe um número seguro de quantos aparelhos é possível ligar numa mesma tomada? Tenho computador, televisor, aparelho de som e vídeo-game ligados na mesma tomada através de uma extensão e não sei se é seguro, pois sempre aparece alguém a falar que "vai explodir!" "vai pegar fogo..."

Resposta:

Na verdade, pode-se ligar vários aparelhos numa mesma tomada, dependendo das especificações da tomada, da potência total dos aparelhos eléctricos e da capacidade dos componentes eléctricos do circuito associados a ela, como por exemplo as extensões, fichas triplas, condutores, Benjamim ou T, etc.

Normalmente, as tomadas para o uso domiciliar, são fabricadas com especificações que variam desde os 10 amperes (10 A) aos 32 amperes (32 A).

Vamos analisar o caso de forma conservadora, isto é considerando as tomadas de 10 amperes.

Quantos aparelhos podemos ligar numa tomada com capacidade máxima de 10 A? Como disse anteriormente – Vários. Contudo, a capacidade total dos aparelhos ligados a ela não deve ser superior a 10 amperes e as extensões, condutores ou fichas eléctricas devem de igual modo suportar a capacidade de consumo dos aparelhos ligados nos seus respectivos circuitos.

Qual é a potência máxima que uma tomada de 10 A pode suportar?

O valor da potência máxima (P) será o produto entre a corrente máxima (I) especificada para a tomada e a tensão nominal (V) da rede eléctrica. Vamos considerar a tensão nominal da rede de 230 Volts.

P = IV=10 A x 230 V = 2300 W.


Portanto, a soma total do valor da potência de cada aparelho ou equipamento eléctrico não pode ser superior a 2300 Watts.

Contudo, existem aparelhos domésticos de alta potência como os ferros eléctricos, secadores, micro-ondas, fornos eléctricos, com uma potência que podem variar entre os 1000-2000 W ou em alguns casos ser superior a 2000 W. Portanto, aconselha-se a ligar esses aparelhos isoladamente ou seja numa única tomada capaz de suportar a corrente absorvida por eles.

A Norma Brasileira, a NBR 5410/97 – “Instalações Eléctricas de Baixa Tensão”, além de determinar que sejam separados os circuitos eléctricos de Tomadas de Uso Geral e o de Iluminação; determina ainda que deverá ser previsto um circuito eléctrico, também separado, para cada equipamento eléctrico cuja corrente nominal seja superior a 10 A. Essa norma foi adoptada da norma europeia IEC 60884-1. A realidade angolana obedece a norma IEC usada para adaptadores e tomadas somente para o sistema de corrente alternada, com ou sem aterramento, dimensionadas para tensões acima de 50 V mas que não excedam os 400V e correntes que não excedam os 32 A, para o uso doméstico  e similares. A norma estabelece o limite máximo de 16 A para as tomadas fixas com terminais não parafusados. 

Existem casos em que as tomadas possuem uma especificação (16/32A, 250V) capaz de suportar o consumo de aparelhos de alta potência. Apesar disso, verifica-se em muitos casos que as extensões, fichas triplas ou adaptadores queimam por não suportar a corrente eléctrica consumida pelos aparelhos ligados a ela. Por isso, torna-se importante não somente verificar a capacidade das tomadas eléctricas, como também dos acessórios ou circuitos associados.

Para uma tomada de 16 A devemos ligar não mais que 3680 watts. 

Existem pessoas que fazem certas ligações, pensando que se ocorrer algo de errado os disjuntores irão proteger a instalação eléctrica. Essas pessoas esquecem-se que nem todo disjuntor tem a capacidade de proteger um circuito eléctrico em caso de sobrecarga, principalmente quando a corrente absorvida situa-se abaixo da curva de protecção definida pelo fabricante ou electricista. Quantas vezes observamos uma extensão a aquecer ou  a fumegar sem no entanto acionar o seu dispositivo de protecção?

Os conductores eléctricos normalmente, são dimensionados acima da capacidade das tomadas, como resultado também verifica-se a destruição das tomadas em caso de sobrecarga eléctrica.

Actualmente, usa-se muito o chamado Benjamim ou T, conforme ilustra a foto abaixo. Isto acontece devido ao seu baixo preço no mercado. Infelizmente, a qualidade desses dispositivos muitas vezes é questionada devido aos incidentes causados na sua utilização. 

Saiba um pouco mais sobre o Benjamim


Estes dispositivos são concebidos para aparelhos que consomem pouca energia eléctrica. Em alguns países têm sido proibidos a sua utilização devido a vários acidentes e incêndios domésticos. O maior problema na utilização desses dispositivos não é a capacidade dos mesmos, mas o perigo que representam tendo em conta a possibilidade de se provocar facilmente falhas com arco eléctrico e devido ao facto do cidadão comum nem sequer questionar se pode usar os mesmos para aparelhos de alta potência, causando em alguns casos incidentes ou incêndios devido as sobrecargas ou arcos eléctricos

Pode ser perigoso o uso de vários adaptadores para multiplicar as tomadas disponíveis. Uma combinação que pode ser fatal é a de existir uma fiação antiga e grande quantidade de aparelhos ligados na mesma tomada. Um erro comum em grande parte das residências é o investimento e reforma na decoração, segurança, conforto e o esquecimento da estrutura eléctrica que manterá boa parte disso em funcionamento. Instalações antigas não têm a capacidade de sustentar a quantidade de aparelhos que suprem as nossas necessidades actuais e que colocamos em nossas casas hoje. O melhor seria modificar a instalação antiga a nova realidade, separando os circuitos para tomadas, lâmpadas, ar condicionados, etc.

As pessoas as vezes vêm extensões eléctricas ligadas em algumas instituições, nos seus locais de trabalho, casas de amigos mas esquecem-se que uma equipa de engenharia, departamento técnico ou um electricista concebeu a instalação dos mesmos ou que em casa de seus amigos as mesmas estejam ligadas a aparelhos de pouco consumo energético, como computadores, televisores, rádios, etc.

Pelo facto do cidadão comum não compreender essas especificidades, normalmente aconselha-se a não ligar em uma tomada vários aparelhos eléctricos; Com isso evita-se de igual modo acidentes ou incêndios por sobrecarga eléctrica capazes de causarem danos não somente a residência como a sociedade.

Caso necessite de usar extensões eléctricas, tenha de igual modo a preocupação de comprar sempre extensões de qualidade, compatíveis ao seu sistema eléctrico e que ofereçam segurança as pessoas que as manuseiam e aos respectivos equipamentos. Já existem extensões que protegem os aparelhos de danos provocados por picos e sobrecargas de tensão elétrica.

Apesar de uma extensão ser de qualidade, não significa que ela pode ser usada em qualquer sistema eléctrico. Certifique-se sempre de que esteja a comprar ou a usar o produto adequado a sua instalação. 

Em Angola, vê-se regularmente extensões concebidas para outros sistemas eléctricos a serem usadas, e as pessoas queixam-se da qualidade sem no entanto questionarem-se a sua compatibilidade. Como resultado, elas danificam-se facilmente devido as falhas de arcos e do aquecimento provocado pelo mau contacto feito durante a ligação dos aparelhos. 

O aquecimento provoca a destruição dos materiais isoladores, o que resulta as vezes em curto-circuito. A foto abaixo pode representar uma extensão eléctrica bem concebida para outros Países ou sistemas eléctricos. Contudo, facilmente usa-se este tipo de extensões  em Angola sem o mínimo de preocupação.



Em resumo, podemos dizer que é seguro ligar vários aparelhos eléctricos numa tomada, desde que obeçam as especificações do circuito eléctrico a serem conectados. Deverá certificar-se de que a potência total dos equipamentos ou aparelhos eléctricos a serem ligados a tomada não exceda a capacidade do circuito eléctrico. O ideal é que não ultrapasse 10A. Use sempre extensões de boa qualidade e evite o uso do Benjamim ou T. A sobrecarga de tomadas com vários aparelhos é causa frequente de incêndios.

Portanto, em caso de dúvida contacte sempre um electricista qualificado





5 comments:

  1. Boas dicas Emmery, outrossim seria o bom o pessoal comecar a desenvolver a cultura de solicitar os servicos de electricistas qualificados para dimensionamento das suas instalacoes electricas domesticas de modo q quer as seccoes dos condutores, ciruitos de proteccoes, numero de lampadas num comodo etc sejam bem escolhido. Desta feita estariamos a estancar uma das causas de incendio em Luanda particularmente, onde as sobrecargas e curtos circuitos occrrem a miude devido as instalacoes electricas dimensionadas incorrectamente.

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    1. Com certeza Zola, O governo precisa de criar carteiras profissionais para os eletricistas e evitar esses acidentes. Em qualquer sociedade organizada esses serviços funcionam. Saiba que existem Países que ate para a substituição de lâmpadas em casa, alguns cidadãos solicitam o serviço de um electricista qualificado...

      Aquele abraço
      E. Macedo

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  3. Espero que as tuas escritas, as tuas analises ou melhor os teus conhecimentos em materia da electricidade geral e da prevençao contra os riscos dos acidentes electrico, costumam à ser vistas e lidas por muitos no pais. Mas o que eu gostaria de saber concretamente, como é que se passa actualmente? quem controla e certica as instalaçoes electricas antes que a EDEL possa connectar uma instalaçao (residencias de particalares, immoveis commercial ou escritorios)na sua rede electrica? existe organismos independetes par este efeito? Em Angola nos temos que accelerar as coisas, temos que agir......Enquanto que à malta esta neste nivel das normas e conformidade das instalaçoes electricas, os outros paises ja ultrapassaram isto tudo e estam no nivel das economia de energia electrica. conceber e como conceber instalaçoes electricas que nao consume muito, quer seja habitaçao ou industrial, incitar o pessoal à instalar equipamentos e lampadas de baixa consumaçao. saibam por exemplo em frança, as lampadas incandescentes quase ja nao sao utilisadas.......Força Emméry!!!!

    KIMIKA Marco

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    1. Caro Bantu,

      Queira por favor ler o seguinte artigo:

      http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/04/qual-o-regulamento-de-instalacoes.html

      Penso que a EDEL tem autonomia para desenvolver a sua actividade dentro do que está estipulado por lei e não carece de fiscalização previa para implementar os seus projectos, tendo em conta a actividade para qual foi criada. No entanto, a EDEL não devia exercer a sua actividade fora das normas estipuladas ou adoptadas pelas entidades ”reguladoras do sector eléctrico nacional, se é que existem de facto? ”

      Fala-se do Instituto regulador do sector eléctrico (IRSE) ou da Direcção Nacional de Electrificação. Contudo, a sociedade não sente de certa forma a sua actuação no sector eléctrico nacional. Esta é a grande questão: Quais os regulamentos e normas pelas quais a EDEL desenvolve a sua actividade? Quais as penalizações em caso de incumprimento? Como sabe, e depois de ler o artigo acima referido vai compreender a nossa realidade, aquilo que eu chamo de “ a salada russa do sector eléctrico nacional”.

      Acredito que só vamos melhorar a condição presente, com investimento qualitativo na formação de quadros e seu reconhecimento dentro do sector público, pois que uma parte fundamental dos quadros desse sector prestam serviço as empresas privadas com destaque ao sector petrolífero.

      O governo precisa atrair esses quadros para o sector público, pois é aí onde deve-se desenvolver toda a actividade tendente a regulamentação e fiscalização do sector eléctrico nacional de forma qualitativa.

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Luanda, Viana, Angola
Consultoria e Prestação Serviços powered by Emméry Macedo - Engenheiro Eletrotécnico, BTECH, BEST CUM LAUDE, pela Durban University of Technology (DUT), Galardoado pelo Institute of Professional Engineering Technologists (IPET), Pos-Graduado em Gestão de Projectos pela Universidade de Liverpool; Bacharel em Ciências Matemáticas pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto de Angola, Professor de Matemática e Física pelo IMNE- Garcia Neto, Professor de Electrόnica de Potência da Universidade Metodista, membro do IET - Institution of Engineering and Technology MIET nº 91651226, membro da Ordem dos Engenheiros de Angola OEA nº 2924, com certificação em ETAP, SKM, HV Switching, SAEP, etc...

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