Thursday, 11 April 2013

Central Eléctrica Flutuante – Um projecto viável para Luanda!?....


A Isolux Corás construiu em 2010 para o Governo de Angola, num tempo recorde de quatro meses, uma central de geração eléctrica sobre barcaça de 96 MW.

Esta execução enquadrava-se dentro do projecto governamental "Geração Urgente de Luanda", que tinha como objectivo mitigar as dificuldades energéticas de Luanda num curto espaço de tempo. 

A central está localizada no Porto Pesqueiro de Luanda. A unidade possui duas turbinas de gás de 48 MW em ciclo aberto, dois geradores de 11,5 kV, dois transformadores elevadores (11.5/60 kV) e sistemas eléctricos.

Informações postas a circular davam conta da existência de 3 unidades adquiridas pelo governo Angolano. Uma das turbinas flutuantes instaladas ao largo da Baía de Luanda, na zona do Porto Pesqueiro, registou a sua primeira avaria em 2011 conforme  apurou o jornal O PAÍS de uma fonte do Ministério da Energia e Águas.

A fonte revelou que estava a decorrer um inquérito para apurar as causas da avaria no grupo gerador térmico flutuante, por ser estranho que uma máquina nova apresentava avarias em menos de um ano após a entrada em operação.

Segundo ainda o jornal PAÍS, a máquina de marca Westhinghouse, modelo 251D11, foi uma das duas primeiras unidades que chegaram ao país em 2010 adquiridas pela Empresa Nacional de Electricidade por intermediação da empresa espanhola “ISOLUX Engenharia” no valor aproximado de 106 milhões de euros.Tem uma capacidade nominal de geração de 48 megawatts de electricidade. A segunda máquina adquirida desta vez com a intermediação da também companhia espanhola “CUETO” tem uma capacidade de 42,1 megawatts e custou aos cofres do Estado angolano algo como 14 milhões e 250 mil euros.

Actualmente, Luanda continua a registar um enorme déficit no fornecimento de energia a sua população, apesar de vários projectos anunciados para a melhoria do sector eléctrico.

Ficam sempre várias questões no ar: Em que estado encontram-se as tão anunciadas centrais térmicas flutuantes, as barcaças? Terá  sido uma oposta viável tendo em conta a especificidade do mercado angolano?

As centrais térmicas flutuantes são normalmente usadas em plataformas ou navios flutuante, em projectos cuja a disponibilidade de gás natural é regular, como na exploração de petróleo e gás. Apesar dessas centrais térmicas serem projectadas para usarem dois tipo de combustível (dual fuel), como o gás natural ou diesel, o uso de gás natural é sempre recomendado como combustível primário. Os fabricantes estabelecem padrões rigorosos na especificação do tipo de combustível e do seus componentes. As vezes é o fabricante quem fornecesse do tipo de diesel a ser usado em suas máquinas. O diesel como combustível secundário é normalmente usado temporariamente, em caso de manutenção no sistema de fornecimento de gás natural, indisponibilidade temporária ou intermitente de gás natural. 



O uso de gás natural para o funcionamento das barcaças na baia de Luanda torna o projecto inviável, tendo em conta a realidade do mercado angolano. A construção de gaseodutos a partir da refinaria de Luanda, de plataformas em offshore, ou de uma central de armazenamento onshore, tornariam esse projecto economicamente inviável, tendo em conta a necessidade adicional de unidades de processamento de gás de maneira a garantir a qualidade e especificações do gás a ser fornecido as turbinas. 

Portanto, voltamos a nos questionar porque o governo Angolano não optou por unidades térmicas em terra, tendo em conta a utilização de combustível - Diesel.

Informações obtidas a partir do ministério da energia e águas, garantem que duas barcaças encontram-se em funcionamento. O combustível diesel é fornecido através de outras barcaças localizadas na bacia de Luanda. A isolux Corsán garante a operação e a manutenção das centrais térmicas flutuantes. 
A operação e a manutenção dessas centrais flutuantes, o uso de combustível diesel vai obrigar o governo a fazer um sacrifício financeiro enorme. Enquanto esperamos por novas centrais hidroeléctricas - Caculo Cabaça e Laúca; A conclusão do projecto Cambambe II, a construção da central de ciclo combinado do Soyo, vamos continuar a assistir o surgimento de projectos paliativos para mitigar o déficit energético a nível nacional.














Todavia, devemos salientar que o Grupo Isolux Corsán conclui vários projectos em Angola dos quais destacamos os seguintes:

 - O Grupo construiu em Angola a primeira rede de transmissão de 400 quilowatts (kV), a qual transporta a eletricidade produzida na barragem de Kapanda até à capital, Luanda, bem como a rede de alimentação do Estádio de Cabinda que permitiu garantir o fornecimento eléctrico durante a Taça Africana das Nações.

- A Isolux Corsán também realizou trabalhos de electrificação rural em Malange, construindo 133 quilómetros de rede (54% subterrânea), assim como as redes de transmissão de Sumbe Porto Amboim e a linha de 200 kV Lucala-Uíge.

- A Isolux Corsán construiu uma usina de geração de energia eléctrica com duas turbinas de gás, de 35 MW cada uma, em ciclo aberto assim como uma subestação completa de 60 kV na província de Cabinda, Angola. O âmbito do projeto inclui também a remodelação de uma subestação na cidade de Cabinda assim como parte das linhas de distribuição em circuito duplo de 60 kV e 30 kV necessárias para transportar a eletricidade para o usuário final.

Central Eléctrica Flutuante – Um projecto viável para Luanda!?....


Referência


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